A falta de controle do Diabetes Mellitus pode provocar problemas oculares

A falta de controle do Diabetes Mellitus pode provocar problemas oculares

Segundo dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 16 milhões de brasileiros sofrem de Diabetes. A falta de controle da doença pode causar a retinopatia diabética, que é uma complicação do Diabetes Mellitus que afeta os olhos, ocorrendo problemas na retina devido aos danos dos vasos sanguíneos do tecido sensível à luz, localizado na parte de trás dos olhos.

Segundo o médico oftalmologista, Dr. Josmar Sabage, do Instituto de Olhos e Otorrino de Bauru (IOB), a Retinopatia Diabética pode ocorrer nos dois tipos do diabetes. “A Retinopatia Diabética pode ocorrer no Diabetes tipo 1, também conhecida por juvenil ou insulinodependente, onde existe uma deficiência total ou parcial da insulina, como também no Diabetes tipo 2, marcada pela incompetência na produção adequada da insulina, por sobrepeso”, explica.

De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), as pessoas que têm Diabetes apresentam um risco de perder a visão 25 vezes mais do que as que não portam a doença. A Retinopatia Diabética atinge mais de 75% das pessoas que têm Diabetes há mais de 20 anos. É preciso atenção para alguns sintomas que podem estar associados à doença, além de consultas regulares com o oftalmologista.

“O sintoma mais comum é a visão turva, que aparece quando a mácula (área da retina responsável pela visão de detalhes) começa a ser afetada por edema, principalmente, ou quando ocorrem sangramentos vítreos. Também podem aparecer manchas e até escurecimento importante da visão. Ocasionalmente, apenas a hiperglicemia, quando muito elevada, pode levar a baixa acuidade visual, mesmo sem ainda alterações anatômicas na retina”, detalha o especialista.

A patologia pode afetar os dois olhos, provocando manchas na visão, vista embaçada, visão flutuante, áreas escuras ou vazias na visão e até a perda da visão, sendo extremamente importante o tratamento para evitar a cegueira. O acompanhamento oftalmológico é capaz de diagnosticar a doença antes do agravamento, por isso, é importante informar o seu médico sobre o controle do Diabetes, além de realizar consultas para verificar a saúde ocular.

Existem dois tipos de Retinopatia Diabética: a “Retinopatia Diabética precoce”, caracterizada por vasos sanguíneos que não se desenvolveram, por isso, as paredes dos vasos na retina enfraquecem. Neste caso, a doença pode progredir de leve para grave, pois os vasos sanguíneos se tornam bloqueados. E existe a Retinopatia Diabética Avançada, causada quando ocorre o avanço da doença, com causas mais graves. Nesta fase, os vasos sanguíneos danificados se fecham, provocando o crescimento de novos vasos sanguíneos anormais na retina, podendo ocorrer o aparecimento de uma substância que preenche o centro do olho.

A doença pode surgir em diversas fases da vida, devido à falta de controle do Diabetes Mellitus. “O Diabetes tipo 1, geralmente afeta crianças e adolescentes, os quais poderão desenvolver a doença nos olhos. Entretanto, os estudos indicam que as alterações retinianas começam a ocorrer entre 5 e 15 anos após o diagnóstico do Diabetes. Portanto, o primeiro exame na retina deverá ser feito imediatamente após a descoberta da doença para um controle e acompanhamento adequado e, no máximo, com 5 anos de Diabetes, sendo fundamental a partir do diagnóstico da Retinopatia, consultas e exames todos os anos”, alerta Sabage.

“O tratamento da Retinopatia Diabética, nos dias de hoje, é feito por fotocoagulação laser, com o qual evita-se a hemorragia e o surgimento de neovasos, impedindo a evolução da retinopatia. Se a mácula se apresenta inchada ou com hemorragias recorrentes, associa-se ao laser as injeções intraoculares de anti-vasogênico. Em casos mais graves, como hemorragia vítrea bem evidente ou com descolamento de retina, é necessária a cirurgia de vitectomia, onde se retira o sangue e se aplica a retina. A prevenção, deverá ser feita através do controle glicêmico rigoroso e do controle de outras situações que possam acelerar as alterações vasculares, como hipertensão arterial, colesterol e proteinúria. Além disso, o acompanhamento fundoscópico deve ser realizado anualmente com especialista em retina após o seu diagnóstico”, orienta o oftalmologista.

dr-jormar-sabage-oftalmo Dr. Josmar Sabage, oftalmologista.  CRM-SP 77955

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